Monumental- O "Gigante" dos anos 50

O Monumental e o seu nome diz tudo: grandeza, imensidão, colossal...um enorme ponto de referência de Lisboa, mais concretamente na Praça do Saldanha, onde existiu durante largos anos.

Cinema Império - Outro "Gigante" Lisboeta

Em Maio de 1952, seria inaugurado o Cinema Império, localizado na Alameda D. Afonso Henriques, que contou com as presenças de diversas individualidades importantes da altura.

EDEN - O "GIGANTE" dos Restauradores

O novo Éden Teatro foi inaugurado em 1937 com a apresentação da peça "Bocage", interpretada pelo actor Estevão Amarante, numa cerimónia memóravel presidida pelo Chefe de Estado, o Marechal Carmona.

Cinema Vale Formoso: Para quando a sua reabilitação?

Entre as décadas de 1950 e 1970, este cinema (a par de outros como o Júlio Dinis, Terço, Passos Manuel, etc.) foi considerado como uma das salas de referência da cidade do Porto, tendo sido explorado pela Lusomundo.

Águia De Ouro - Clássico do Porto

Em 1930 viria a inaugurar-se o cinema sonoro com o filme All That Jazz com Al Jolson. O Águia d'Ouro seria então considerada uma das melhores salas do Porto.

7.7.07

Cinema dos Primórdios: Politeama


Luís António Pereira, amante e mecenas teatral, pretendeu dotar a cidade de Lisboa de uma nova sala de espectáculos, de modo a valorizar a capital.



Depois de adquirir o terreno em frente ao Coliseu dos Recreios na Rua das Portas de Santo Antão, Luís Pereira contratou Ventura Terra (um dos mais prestigiados arquitectos portugueses da época), para desenhar o novo teatro, e José Passos Mesquita para construí-lo. Em maio de 1912 foi lançada a primeira pedra.





O novo teatro de seu nome Politeama foi inaugurado a 6 de dezembro de 1913, através da empresa Gomes & Grijó com a opereta Valsa de Amor. Assistiram a este espectáculo: Manuel de Arriaga (Presidente da República) e Afonso Costa (Presidente do Conselho de Ministros), sendo que no dia seguinte foi iniciada a temporada de concertos sinfónicos, tendo como regente David de Sousa, chefe de orquestra.












A fachada revela as suas influências parisienses, caracterizando-se por um envidraçado em estrutura metálica, com um foyer de colunas e tribuna. 
Este espaço seguia o modelo de "teatro à italiana", sendo composto por um palco com proscénio, orquestra, plateia e frisas, com um promenoir ao fundo e duas ordens de camarotes que se prolongavam até à boca de cena, acompanhadas por um primeiro e segundo balcão e uma galeria no último piso. 
A sala tinha a capacidade para cerca de 1300 espectadores e era apoiada por foyers, salas pequenas e salões. Beneficiava de um pano de boca da autoria do consagrado Veloso Salgado e de pinturas de tecto que pertenciam ao excelente pintor Benvindo Seia. 
A decoração era da responsabilidade do escultor Jorge Pereira, autor da ornamentação do arco do proscénio. 
No exterior, um pórtico coberto com bilheteiras abrigava a entrada do público neste edifício, conduzindo-o directamente para o vestíbulo que, por sua vez, dava acesso ao café no rés-do-chão.














Este recinto conferia alegria e elegância à rua onde se localizava, diferenciando-se de outros espaços dedicados aos animatógrafos.


Logo em 1914, em alternância com os espectáculos teatrais, iniciaram-se as projecções cinematográficas, com o filme italiano A Mulher Nua. Durante largos anos esta alternância verificou-se e foi de realçar a exibição dos mesmos filmes quer neste teatro, como também no Cinema Olympia que ficava mesmo ao lado.









Muitas foram as companhias de teatro que passaram pelo Politeama, como também diversos actores: Ângela Pinto, Palmira Bastos, Alves da Cunha, Brunilde Júdice, Adelina Abranches, Aura Abranches, Estevão Amarante, Amélia Rey Colaço, António Silva, Vasco Santana, Ruy de Carvalho, Varela Silva, Curado Ribeiro,.etc. 
Foi neste palco que Palmira Bastos interpretou A Dama das Camélias com muito sucesso. Laura Alves estreou-se neste palco em 1935 com Duas Garotas de Paris.





Em 1928, passou exclusivamente a cinema e por volta de 1930, os preços dos bilhetes variavam entre os 2$50 e os 25$00.
Durante anos, este espaço estreou filmes históricos como Casablanca que, em plena 2ª Guerra Mundial, provocou uma autêntica batalha campal entre os espectadores.












Na década de 1950, Igrejas Caeiro realizou neste palco o programa radiofónico célebre "Comboio das Seis e Meia", onde ficaram célebres as figuras de "Zéquinha e Lélé", interpretadas por Vasco Santana e Irene Velez. Ficou para a posteridade as actuações de Amália Rodrigues. 






O Politeama também recebeu espectáculos de bailado, nomeadamente de Francis Graça, coreógrafo, com "Verde Gaio", promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, e que já tinha passado por outros teatros de renome, como Teatro da Trindade, Teatro Nacional de São Carlos e Teatro Nacional D. Maria II.






Após a remodelação do interior da autoria do Arqt.º Raul Tojal, o edifício sofreu um incêndio, suscitando um novo projecto de alterações em 1968, da autoria do Arqt.º Frederico George, ficando completo cinco anos mais tarde, em 1973.










A exploração cinematográfica findou na década de 1990, para dar lugar somente à exploração teatral. 
Em 1991, Filipe La Féria remodelou este teatro, estreando no ano seguinte o musical Maldita Cocaína, a que seguiram muitos mais até à actualidade.









Fontes: 
Ribeiro, M. Félix, Os mais antigos cinemas de Lisboa, 1896-1939, Lisboa, Instituto Português de Cinema/Cinemateca Nacional, 1978
Acciaiuoli, Margarida, Os Cinemas de Lisboa – Um fenómeno urbano do século XX, Lisboa, Editorial Bizâncio, 2012
- Fernandes, José Manuel (1995) Cinemas de Portugal. Edições Inapa
- http://www.teatro-politeama.com/teatro_politeama.asp
- http://restosdecoleccao.blogspot.com/2015/01/teatro-politeama.html
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/gca/?id=701
- https://www.fotold.com/fotos/lugares/1984-teatro-politeama-em-lisboa--102701